
O professor e deputado federal Pedro Uczai (PT-SC) é membro da Comissão Especial sobre Inteligência Artificial (PL 2.338/23) da Câmara dos Deputados e se diz um defensor do direito autoral. Enquanto o lobby das big techs e das empresas desenvolvedoras de IA atua com força nos corredores do Congresso para tentar desidratar o texto originalmente aprovado no Senado — e elogiado por sua defesa dos criadores humanos —, o político catarinense sugere à classe criadora que não fique alheia a um processo em que muita coisa está em jogo.
“Não gosto dos pessimistas pois são muito chatos, prefiro ser um realista esperançoso. O relator (deputado Aguinaldo Ribeiro, PP-PB) está tendo muita sensibilidade para escutar vários setores e permitindo muitos debates. Há um campo de possibilidades”, afirmou, antes de resumir em uma palavra, que disse três vezes, o que recomenda para associações de classe, criadores de conteúdos e todo aquele que não quer ver sua obra usada sem pagamento, sem autorização e sem transparência: “Mobilização, mobilização, mobilização.”
O Spotify anunciou uma aliança inédita com as três maiores gravadoras do mundo — Sony Music Group, Universal Music Group e Warner Music Group —, além da representante do setor independente Merlin e da Believe, empresa global de música independente. O objetivo é desenvolver produtos de IA Generativa “centrados no artista”, baseados em princípios de responsabilidade, transparência e compensação justa.
Segundo fontes do mercado, o Spotify estaria buscando utilizar IA para gerar conteúdos, mas de uma forma coordenada com as gravadoras e editoras. Ou seja, pagando aos produtores, compositores e intérpretes cujas obras forem usadas para treinar os sistemas, sendo transparente sobre esse uso e permitindo aos titulares dos direitos participar ou não disso.
Como anunciou a plataforma, essas futuras produções baseadas em IA poderão ser uma “nova fonte de receita” para os artistas e serão pensadas para valorizar a conexão entre eles e seus fãs.

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Detalhes sobre a proposta, no site da UBC


O songcamp Por Elas Que Fazem a Música ganhou uma segunda edição. Realizada pela UBC e pela Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), a edição inédita atravessa o oceano para celebrar a criação feminina em um idioma comum, mas cheio de particularidades.
As brasileiras Aiyra, Neila Kadhí, Dandara Manoela, Cristal, Kaê Guajajara, Bixarte e Pri Azevedo se uniram às portuguesas Jéssica Pina, Nayr Faquirá e Sofia Hoffmann. Dores, delícias e amores foram transformadas em música, compondo um mosaico plural que reflete a força de suas trajetórias e identidades.
“O Por Elas Que Fazem a Música é um projeto pioneiro porque ele começou como um levantamento inédito sobre a presença feminina na música e, rapidamente, se tornou referência para o mercado. Mas entendemos que era preciso ir além e, por isso, criamos o songcamp: primeiro reunindo dez artistas para um processo criativo coletivo e, agora, promovendo uma segunda edição com a Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), ampliando o projeto para um intercâmbio cultural entre brasileiras e portuguesas”, celebrou Mila Ventura, head de comunicação e marketing da UBC e coordenadora do projeto.

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Veja como foi o encontro, em São Paulo
O mercado da música no Brasil vive um momento de expansão acelerada. O PIB do setor atingiu R$ 116,06 bilhões em 2024, consolidando-se como um dos motores da economia criativa. Mas, segundo a Associação Nacional da Indústria da Música (Anafima), que assina o detalhado estudo através do qual os números se deram a conhecer, o tamanho desse mercado ainda não se reflete na atenção que recebe de governos e formuladores de políticas públicas.
Os serviços responderam por quase 88% do PIB da música, e a música ao vivo liderou com ampla margem: R$ 94 bilhões de faturamento, cerca de 81% de toda a atividade econômica do setor. O público está gastando mais — o ticket médio dos eventos ficou em R$ 432 —, e os megashows seguem puxando o mercado. Eventos do Rio de Janeiro, especificamente, responderam por parcelas significativas das receitas relacionadas à música: em primeiro lugar, veio o Carnaval da cidade, com R$ 5 bilhões; depois, o Rock in Rio, com até R$ 2,9 bilhões; e, por fim, o show da cantora Madonna em Copacabana, em maio do ano passado, que teria gerado R$ 469 milhões.

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Outros detalhes sobre o estudo, no site da UBC
